revolts
Os últimos 15 dias foram quentes no Brasil. E os próximos também prometem emoções, se não em igual medida, pelo menos em proporção suficiente para manter ocupados a classe política e o exército de técnicos e analistas ligados ao governo em suas diversas instâncias.
Como é de conhecimento geral, que uma onda de protestos arrebatou o país. Protagonizado em sua maioria por jovens estudantes da classe média local, a mobilização começou despretensiosamente com 150, 200 garotos que vez ou outra se encontravam no centro de São Paulo para um ato a favor do transporte público gratuito. Acontece que nesse dia específico (que os astrólogos definiriam como uma quadratura de Vênus com Plutão), a polícia, como de hábito, chegou para dissolver a manifestação, mas dessa vez os jovens decidiram que não arredariam os pés do local.
Foi esse o fato novo que determinou a virada no jogo, o estopim para uma briga generalizada, do meio para o final da tarde, no centro da cidade mais populosa do país. Fato que se desdobraria como combustível para uma série de protestos que seria convocada dali para frente, ganharia a simpatia da imprensa, de parte importante da população e chegaria a reunir mais de 1,5 milhão de pessoas em uma mesma noite.
“A mobilização popular é muito importante para catalisar as mudanças”
Como resultados, um fato inédito: a revogação do aumento nas tarifas de transportes públicos; uma reação esperada: o temor da FIFA e de seu presidente Joseph Blatter quanto à segurança de seu evento esportivo; e o que ninguém jamais poderia prever: a presidente Dilma Roussef emparedando toda a classe política nacional como tentativa desesperada de sobreviver em meio a maior crise nacional desde o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Dilma, de fato, ficou estarrecida. Mais ou menos quando os governadores e prefeitos começaram a baixar o preço das tarifas de ônibus,