Revolta de Filipe dos Santos– 1720 – Vila Rica
Transcorrendo entre junho e julho de 1720, esta revolta em Minas Gerais trazia a marca de uma situação comum na capitania, onde funcionários régios se viam obrigados, muitas vezes, a se dobrarem diante das vontades da elite local, principalmente com relação à administração régia e à cobrança de impostos. Além da resistência à arrecadação do quinto do ouro, colaboraram para a inquietação social as reformas na organização militar (afastando oficiais e cortando suprimentos) e a expulsão de clérigos de Minas.
Evidentemente o anúncio de reformas na arrecadação do quinto (no que se refere à exclusividade de arrecadação e de fusão do ouro minerado, pela administração régia) através da Casa de Fundição e Moeda (o que tornava proibido o comum método de utilização do “Ouro em pó”) despertou a ira e encabeçou a lista de reivindicações dos revoltosos. O Alvará de 11 de fevereiro de 1719 já decretava a criação das Casas de Fundição, prevista para Julho de 1720, porém em junho sua execução foi antecipada sem prévio aviso, atiçando as acaloradas relações entre a população mineira e a administração.
O primeiro alvo dos amotinados foi o Ouvidor Martinho Vieira de Freitas que sob a acusação de estar planejando ações judiciais contra os moradores de Vila Rica, no dia 6 de Julho tem a sua casa invadida, e enquanto a documentação era destruída. Após alguns dias, o Governador e Capitão-Mor Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos (3º Conde de Assumar) tenta apaziguar os ânimos, com promessas de perdão e o atendimento das exigências. Porém, com a demora das negociações, a “turba amotinada” sequestra alguns vereadores da Câmara de Ouro Preto e marcha em direção ao governador que se deslocara para a vila de Ribeirão do Carmo. Lá, além do armistício exigiram (dentre outras coisas) a não instalação da casa de Fundição e Moedas, diminuição de alguns impostos, tendo como contrapartida o pagamento anual de 30 arrobas asseguradas pela