Revolta da Vacina
O início do período republicano no Brasil foi marcado por vários conflitos e revoltas populares, dentre elas a Revolta da Vacina, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904.
Em outubro de 1904, o governo, com o apoio do médico sanitarista Oswaldo Cruz, aprovou a lei da Vacinação Obrigatória, contra a varíola. A doença, que já começava a se espalhar, foi gerada principalmente pelo fato dos cortiços (moradia dos escravos recém libertos) serem precários em saúde. Então o governo iniciou uma reforma urbana, substituindo essas habitações por avenidas, jardins e edifícios mais modernos. O primeiro deles a ser derrubado foi o Cabeça de Porco aonde já chegaram a viver 4000 pessoas e é apontado como origem das favelas no Rio de Janeiro. Sem ter para onde ir, os inquilinos foram autorizados a retirar a madeira dos cômodos para construir outra moradia. E uma das proprietárias do Cabeça de Porco era dona de lotes no Morro da Favella, hoje Morro da Providência. Ela negociou os terrenos com os antigos moradores e lá eles construíram suas habitações, parecidos com barracões e também com péssimas condições de vida. As pessoas mais pobres, principalmente estas que moravam nas favelas, não eram bem informadas e por isso, tinham medo dos efeitos de uma vacina. Conseqüentemente muitas se negavam a receber a visita dos agentes públicos que deviam aplicar a vacina contra a varíola. Em alguns casos, eles invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força.
A revolta teve início com uma manifestação estudantil e aumentava a cada dia, impulsionada também pela crise econômica e a reforma urbana que desalojou milhares de pessoas.
A população exaltada depredou lojas e prédios públicos, exigindo o fim da vacinação obrigatória, virou e incendiou bondes (principal sistema de transporte da época), fez barricadas, arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as forças da polícia com pedras, paus e pedaços de ferro.
"Tiros,