Revolta da Chibata
Os marinheiros tomaram os principais navios da Armada, em protesto contra suas condições de trabalho, os alimentos estragados que lhes eram oferecidos, os trabalhos pesados que lhes eram impostos e principalmente o costume degradante da do castigo da chibata, herança da escravidão.
O líder da Revolta da Chibata de 1910, João Cândido Felisberto, poderá ter seu nome incluído no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, na praça dos Três Poderes, em Brasília.
A situação da Marinha Brasileira era notoriamente de defasagem em relação aos outros países do mundo ou mesmo da própria América Latina. Isso se dava tanto em suas condições técnicas e de armamento quanto na realidade do cotidiano dos marinheiros. O grande corpo da Marinha era formado por negros e mulatos que tinham sido alforriados ou libertos em 1888 com a Lei Áurea. Mas quem ocupava de fato os cargos de comando, as lideranças, eram militares brancos. Naturalmente, os brasileiros não deixaram de lado simplesmente com a abolição da escravatura o preconceito e a discriminação com os negros. Na verdade, a discriminação com os negros cresceram após a abolição e os mesmos enfrentaram sérias dificuldades para se sustentarem e sobreviverem depois do decreto. Tal situação foi transportada também para a Marinha Brasileira.
Havia sido prática comum em todos os países do mundo a punição física dos marinheiros em decorrência de condutas inadequadas. Essa punição se dava normalmente através de chibatadas. Entretanto, quando foi proclamada a República Brasileira, o país seguiu uma ordem que já estava vigente na marinha dos países do mundo e determinou também no