Revisitando platão
Platão, tido como o filósofo mais utópico e idealista da Grécia na antiguidade, discípulo mais notável de Sócrates, deu andamento aos elementos básicos do pensamento socrático: “ A virtude é o conhecimento e o vício existe em função da ignorância.” 2 Vivenciando o contexto social-político-econômico-cultural em Atenas à época, período de crescimento e enriquecimento, iniciou processo de resgaste ao velho sentido da Ética e da Justiça perdidos nesse período, pregando a “ Volta a uma sociedade mais simples “, idealizando a “ Cidade Perfeita “. 1
A idéia do conhecimento como algo necessário liga-se às idéias de ética e virtude. A ética de Platão é conseqüência de sua concepção de dois mundos: o sensível ou material ( o das sombras ) e o supra-sensível ou ideal que é o verdadeiro, idéias que de maneira simbólica encontramos no Mito da Caverna. A natureza da virtude possui duas fases diferentes. Na primeira, seguindo a visão socrática, coincide com conhecimento, fundamentado na razão. Na segunda fase, ao conceito de virtude é somado a ação, o conflito, mostrando que o conhecimento é necessário, mas não suficiente para unificar as virtudes. Como exemplo clássico, vai além de Sócrates, não basta saber o que é bondade para ser bom, era preciso conhecer a essência da bondade.3;4;5
De grande importância na linha filosófica platônica, destacam-se os aspectos transcedentes, dentre os quais a alma, a preexistência da alma e subsistência da alma. Nesse sentido surge o virtuosismo platônico, objetivando a supremacia da alma racional. Cada parte da alma humana exerce uma função, sendo dotada de aptidão para a virtude ( Arete ), sendo esta uma excelência, tendo como significado o controle e a ordem. Buscar a virtude é afastar-se dos valores mundanos e procurar o que é valorizado pelos deuses, os mais excelentes dos seres. 2;5:6
Outro ponto discutido é o conceito de Justiça, que para muitos não chegou a uma definição fechada, envolvendo em geral todo o comportamento