Rev Inglesa
Professor no Instituto de Letras, Ciências Sociais e Educação da Unesp (Campus de Araraquara)
Hill, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. 2 ed. Lisboa, Presença, 1983. 111 p.
No Prefácio deste pequeno grande livro, Christopher Hill informa que estamos lendo a terceira edição de seu trabalho, publicado pela primeira vez em 1940 (o Prefácio é de março de 1955). Acrescenta, ainda, que esta edição "sofreu algumas pequenas alterações", pois no seu entender, "seriam necessários uma revisão e um desenvolvimento mais substanciais para que pudessem ser incorporados os resultados de recentes trabalhos sobre o período, em particular o de Maurice Dobb, em Studies in the development of capitalism. Entretanto, este ensaio deve ficar como uma primeira aproximação, com todas, as suas imperfeições e simplificações" (p. 7). Cuidados à parte, este ensaio de Hill e duas outras de suas obras (Puritanism and revolution, de 1958, e The century of revolution 1603-1714, de 1961) constituem-se em contribuições decisivas para a compreensão da Revolução Inglesa do século XVII.
Com seu estilo claro e direto, Hill começa a tecer considerações acerca do objetivo do presidente ensaio, qual seja, o de "sugerir uma interpretação dos acontecimentos do século XVII" que nada tem a ver com aquela que é habitualmente apresentada nas escolas" (p. 11). De maneira bem resumida, o historiador inglês tentará provar e ilustrar as seguintes generalizações: a Revolução Inglesa de 1640-60 foi um grande movimento social, como a Revolução Francesa de 1789. Nesse sentido, o poder de Estado que protegia uma velha ordem essencialmente feudal foi derrubado, "passando o poder para as mãos de uma nova classe, e tornando-se possível o livre desenvolvimento do capitalismo, A Guerra Civil foi uma guerra de classe, em que o despotismo de Carlos I foi defendido por forças reacionárias da Igreja vigente e pelos proprietários de terras conservadores. O Parlamento venceu o Rei porque pôde apelar