Retrato
O termo retrato deriva do verbo latino retrahere que significa copiar. A idéia do retrato como imagem fiel à aparência do retratado, no entanto, esteve presente apenas em determinados momentos históricos, os de tendência estéticanaturalistas. No Antigo Egito, apenas nas dinastias IV, do Antigo Império, e XVIII, do Império Novo, é que existiu uma preocupação com a semelhança entre o retrato e o retratado. Na Grécia Antiga, foi apenas no período Helênico que os retratos incluíram aspectos particulares dos retratados (singularidades físicas e expressões comuns em sua personalidade). Tal naturalismo influenciou e marcou também os retratos da Roma Antiga.
O naturalismo foi interrompido durante quase todo o período medieval, retornando a partir do Gótico, quando as idéias de Aristóteles influenciavam a cultura ocidental em uma revalorização da natureza, do homem e da razão. A partir daí o retrato desenvolveu-se como gênero autônomo, destinado aos nobres e burgueses. Jan van Eyck destacou-se neste contexto. Além de ter adaptado atinta à óleo para fins artísticos, o que lhe permitiu um maior naturalismo, ele adotou a pose de três-quartos em seus retratos, que se tornou a mais característica da história moderna deste gênero. No jogo A Mansão de Quelícerapodemos ver este padrão formal na obra Felipe, o belicoso, de Balbung, e em outras obras do artista, percebemos a convergência entre a anterior tendência medieval das alegorias e a penetração dos