O Retrato
Cinzas, Manuel da Fonseca
Manuel Lopes da Fonseca nasceu em
Santiago do Cacém (1), em 15 de Outubro de 1911, filho de Carlos Augusto da
Fonseca e Maria Silvina Lopes. Residiu em Santiago do Cacém até completar a instrução primária e terá sido nesta fase que, por influência do pai, ganhou gosto pela leitura e pela escrita. Por volta dos
10 ou 11 anos, começou a escrever sobre o que via e sentia. É desta altura, uma poesia sobre os moinhos das
Cumeadas(2) “com as suas velas girando e gemendo”, o seu “choro que nunca mais parava”. Ainda por esta altura, escreveu também crónicas sobre o mar, tema frequente na sua escrita.
(1)
Santiago do Cacém
(2)
“com as suas velas girando e gemendo”, o seu “choro que nunca mais parava”
Um dos principais autores do Neorrealismo português. Radicou-se em Lisboa na altura dos estudos secundários, tendo frequentado, por algum tempo, a Escola de
Belas – Artes. Destacou-se como poeta, contista e romancista. Publicou Rosa dos
Ventos (poesia,1940), Planície (poesia,1941, na coleção Novo Cancioneiro, de
Coimbra), Aldeia Nova (contos, 1942), Cerro – Maior (romance,1943), O Fogo e as
Cinzas (contos, 1951), Seara de Vento (romance, 1958), Poemas Completos
(1958), Um Anjo no Trapézio (contos,1968), Templo de Solidão (contos, 1973), além de um volume de crónicas (Crónicas Algarvias, 1986) e de uma Antologia de
Fialho d´Almeida (1984). Reelaborou alguns de seus textos mais de uma vez, dando-lhes forma definitiva para a Obra Completa. ”Excetuando-se os dois últimos livros e contos, de ambiência lisboeta, trata-se de uma obra profundamente marcada pelo espaço físico e humano do Alentejo
(…)Em íntima relação com sua produção literária, Manuel da Fonseca desenvolveu uma intensa militância social, política e cultural, tendo chegado a ser preso em 1965, por ter integrado o júri que premiou Luanda,de José
Luandino Vieira (…)” In: Biblos - Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua portuguesa – 1995
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