Resumo
O Jornal do Brasil foi fundado em 1891 por Rodolfo Dantas, com a mera intenção de defender a monarquia recentemente deposta. Contava com a colaboração de José Veríssimo, Aristides Spínola, Ulisses Viana, o Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco e outros como Oliveira Lima, então apenas um jovem historiador. A finalidade desses elementos do regime deposto foram sintetizados por Nabuco como a melhor REPUBLICA POSSIVEL.
A redação do jornal foi atacada (“empastelada”, como se dizia na época) em 16 de dezembro de 1891, dias após a morte do Imperador D. Pedro II, noticiada com pesar em uma edição especial tarjada de negro em sinal de luto.
A imprensa periódica nasceu no Brasil há quase 200 anos e os estudos já existentes sobre sua história, apesar de significativos, ainda são limitados, proporcionalmente à presença que tais expressões tiveram na sociedade. É interessante sublinhar uma especificidade nem sempre destacada: o surgimento da imprensa no Brasil acompanha e vincula-se a transformações nos espaços públicos, à modernização política e cultural de instituições, ao processo de independência e de construção do Estado nacional. Do ocaso do Antigo Regime, passando pela recepção do ideário liberal, surgem espaços de liberdade de imprensa que, embora não seja causa, vai compor e interferir no quadro da separação com Portugal e de edificação da ordem nacional. Imprensa e nação brasileira são praticamente simultâneas. A palavra impressa circulava e ajudava a delinear identidades culturais e políticas.
Nas últimas décadas o campo da pesquisa histórica tem passado por remodelações que apontam para crescente pluralidade de abordagens e temas. Neste movimento a imprensa tem sido tomada como fonte e também como objeto de estudos. Como fonte documental, integra-se a outros materiais que dão suporte a