Resumo
“O Brasil é o membro mais ambíguo do time do capitalismo de Estado: uma democracia que também adota muitas características do capitalismo anglo-saxão. Mas vale a pena examiná-lo por duas razões. Primeiro, é um catavento do capitalismo de Estado, uma liderança nas privatizações na década de 1990 que agora força sua maior mineradora, a Vale, a segurar trabalhadores que não precisa e obriga empresas menores a embarcar em uma consolidação subsidiada. E segundo, inventou uma das ferramentas mais afiadas do repertório do capitalismo de Estado.
O Brasil passou a maior parte de sua história moderna a perseguir uma modernização conduzida pelo Estado. Uma pesquisa no começo da década de 1980 mostrou que o País tinha mais de 500 EEs. O Brasil lançou um esforço de privatização nos anos 1990 para lidar com a hiperinflação, déficits em disparada e uma esclerose generalizada. Mas recentemente ele moveu-se em uma nova direção. O governo despejou recursos em um punhado de campeãs estatais, particularmente de recursos naturais e telecomunicações. Também criou um novo modelo de política industrial: substituiu a propriedade governamental direta por indireta por meio do Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e sua subsidiária de investimentos (BNDESPar) e trocou o controle majoritário por minoritário ao adquirir ações de uma ampla gama de diferentes empresas. Sergio Lazzarini, do (Insper) Instituto de Ensino e Pesquisa, e Aldo Musacchio, da Harvard Business School, batizaram o modelo de “Leviatã como Acionista Minoritário”.
O modelo de acionista minoritário tem várias vantagens. Limita a capacidade do Estado de usar as EEs para recompensar clientes ou conduzir políticas sociais. Os acionistas privados têm poder suficiente para criar barulho. Mas também dá ao Estado mais influência em troca do seu dinheiro. Em 2009, as participações da BNDESPar valiam 53 bilhões de dólares, ou apenas 4% do mercado de ações. Mas o Estado tinha uma grande