Resumo

RESUMO
A Psicologia a serviço do outro: ética e cidadania na prática psicológica. Psicologia Ciência e Profissão [online]. 2003, vol.23, n.4, pp. 12-15. A Psicologia se propõe a ser um estudo cientifico do comportamento humano que se situara a meio caminho entre o conhecimento biológico e o conhecimento dos processos sociais. Hoje compreendemos, as psicologias no plural como distintas formas de tratar a subjetividade e que ao fazê-lo por sua vez, constroem diferentes subjetividades. Ao fato de que não encontramos um objeto uno de estudo para a psicologia nem um método único de investigação, soma-se a constatação de que produzimos com nossos discursos sujeitos diferenciados. Isso por si só nos fala de uma dimensão ética da teoria e da prática psicológica, no sentido em que a uma determinada compreensão do humano atrela-se a própria fenomenalidade do sujeito. Cada teorização psicológica corresponde uma intervenção prática específica, seja porque essa intervenção se constitui na mera aplicação de uma teoria, seja porque muitas teorias nasceram de uma prática especifica. Os serviços de psicologia são modelos de atuação psicológica, vinculados a determinadas escolas de pensamento psicológico, que oferecem práticas psicológicas determinadas á população. Aquele que procura o serviço de psicologia é um outro em relação ao profissional, em primeiro lugar. Esse cliente, por sua vez, detém um outro em si mesmo, mas também interage com outros específicos em sua família, em seu trabalho, na vida em geral. E, não podemos esquecer, foi constituído enquanto subjetividade a partir de um outro. Estar a serviço do outro, portanto, é o que se espera de quem trabalha em um “serviço de psicologia”. Oferecer um lugar para o outro- lugar este que sempre já seria dele-abrindo portas e janelas para sua visitação, oferecendo uma morada confiante e serena onde ele possa renovar-se para retomar suas dores no mundo. É necessário rever nossas teorizações, para ali encontrarmos a