Resumo

CHOAY, Françoise. O urbanismo: utopias e realidades, uma antologia. São Paulo: Perspectiva, 2010.

O texto é iniciado destacando a diferença entre o pré-urbanismo (século XIX) e o urbanismo (século XX), sendo este último obra de “especialistas” – arquitetos ­– enquanto o pré-urbanismo consiste em obras de “generalistas”. Apesar de o pré-urbanismo sempre ter sido ligado à política, a partir da evolução da sociedade industrial nos países capitalistas o urbanismo tornou-se “despolitizado”. Além disso, o urbanismo sai do plano teórico utópico e passa a ser aplicado na prática, porém, de certa forma ainda se apresenta na dimensão do imaginário. Mesmo não havendo continuidade ideológica consciente entre os dois, os modelos pré-urbanistas são encontrados de maneira modernizada no urbanismo.
Uma nova versão do modelo progressista é encontrada no livro “La cité industrielle” de Tony Garnier, que influenciou de forma significativa a primeira geração de arquitetos racionalistas. Nota-se sua influência nos Países Baixos por J.P. Oud, Rietvelde Van Eesteren, na Alemanha pela Bauhaus, na Rússia pelos construtivistas e na França por Ozenfant e Le Corbusier. O modelo progressista é difundido pelo grupo C.I.A.M. a partir de 1928 e torna-se uma formulação doutrinária através da Carta de Atenas, de 1933. Este modelo é caracterizado principalmente pela ideia de modernidade, vista por Le Corbusier principalmente através da indústria e arte de vanguarda (cubismo e derivações).
O interesse urbanista deixou de se direcionar para as estruturas econômicas e sociais e passou a se dedicar às estruturas técnicas e estéticas. Na concepção do arquiteto inserido no urbanismo progressista a cidade do século XX não era compatível com o desenvolvimento tecnológico evidenciado no automóvel, nem com a arte contemporânea, sendo portanto, o seu objetivo reverter tal situação não só através do uso de novos materiais, mas também através dos novos métodos de estandartização e mecanização da