Resumo
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se opassado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas naEuropa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crisessociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado comoreflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte; a Constituiçãooutorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel;a acusação de Ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se operíodo regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguroque surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.Quanto ao conteúdo, os românticos cultivavam o nacionalismo, que se manifestava naexaltação da natureza da pátria, no retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional,no caso brasileiro, o índio (o nosso cavaleiro medieval). Da exaltação do passado histórico vemo culto à Idade Média, que, além de representar as glórias e tradições do passado, tambémassume o papel de negar os valores da Antigüidade Clássica. Da mesma forma, a natureza oraé a extensão da pátria ora é um prolongamento do próprio poeta e seu estado emocional, umrefúgio à vida atribulada dos centros urbanos do século XIX.Outra característica marcante no romantismo e verdadeiro “cartão de visita” de toda aescola foi o sentimentalismo, a valorização dos sentimentos, das emoções pessoais: é o mundointerior que conta, o subjetivismo. e à medida que se volta para o eu, para o individualismo, opessoalismo, perde-se a consciência do todo, do coletivo, do social. A constante valorização doeu gera o egocentrismo; os poetas românticos se colocavam como o centro do universo. Éevidente que daí surge um choque da realidade e o seu mundo. A derrota