RESUMO
Departamento de Educação Campus VII – Senhor do Bonfim
CURSO: Ciências Contábeis Ano: 2013.2
Professora: Maria Iraídes
RESENHA CRÍTICA
O filme Morte e Vida Severina é uma representação exata do que se passa no poema de João Cabral de Melo Neto, relatando em cenas, muitas vezes fortes, a dificuldade que há no dia a dia da Caatinga, a forma como questões referentes a vida e a morte são tratadas comumente entre os habitantes desta local e como este povo é tão ligado à região a ponto de serem tão rígidos e duros quanto a própria terra em que pisam.
A animação, feita totalmente em preto e branco e com detalhes bastante fortes, expressa, com propriedade, a riqueza que existe na poesia de João Cabral de Melo Neto em relação ao que ele quis transmitir no decorrer de seu texto. Os pés descalços de Severino, seu corpo magro, sua aparência abatida (embora firme), são totalmente condizentes com o chão muito seco, o clima e com o ambiente em que é a Caatinga e o Sertão da época. E interessante salientar que a figura de Severino é completamente habituada ao ambiente e acostumada com as asperezas que o sertanejo sofre seja relacionado com vida ou com a morte.
“Somos muitos Severinos, iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).”
O filme nos mostra também uma peculiaridade da Caatinga que é o sol extremamente forte que castiga, não só as pessoas, mas também o chão, cheio de rachaduras, que ainda assim os pés descalços dos habitantes desta região teimam em desafiar como se