Resumo
Entre o século XX e XXI, com a passagem da internacionalização para a globalização, ou seja, do tempo em que os bens consumidos eram produzidos na própria sociedade e que haviam alfândegas e leis que protegiam a economia de cada país para um segundo momento onde a produção se dá fragmentada ao redor do mundo sempre buscando o reduzir custos e empregos de modo que os interesses sindicais e nacionais quase não possam ser exercidos, faz com que o modo de consumir tais produtos também se altere.
Antigamente comprar marcas estrangeiras era um recurso de prestígio das classes mais altas que procuravam status ou qualidade, enquanto que para os consumidores do século XXI as identidades nacionais se tornaram instáveis, os objetos perdem a relação de fidelidade com os territórios originários, e o descarte destes mesmos produtos se torna muito mais rápido.
E esta mudança acompanhada com a perda de peso dos órgãos locais e nacionais em benefício de empresas transnacionais que se tornavam cada vez mais onipresentes gera uma nova forma de exercer a cidadania que está intimamente ligada ao modo de consumir.
Pois desconstruindo a concepção que julga o comportamento do consumidor como predominantemente irracional, o consumo serve para pensar, assim, quando seleciona os bens e se apropria deles, é definido o que se considera publicamente valioso, bem como os modos de se integrar ou se distinguir na sociedade. Além disso, ser cidadão não tem apesar a ver com os direitos reconhecidos pelos aparelhos estatais para os que nasceram em um determinado território, mas também com as práticas sociais e culturais que dão o sentido de pertencimento.
Assim, o designer é um profissional que está diretamente relacionado com consumo, seja desenvolvendo o produto ou através do processo de comunicação, ganha a responsabilidade de mais do que nunca levar em consideração as necessidade do consumidor, isto é, do cidadão.