Resumo
Os âmbitos da argumentação
1. Demonstração e argumentação
Para que haja argumentação é mister que num dado momento, realize se uma comunidade efetiva dos espíritos, que esteja de acordo, antes de mais nada e em princípio sobre a formação dessa comunidade intelectual e, depois, sobre o fato de se debater uma questão determinada, isso não pé de modo algum evidente.
Existem condições prévias para a argumentação: a pessoa deve notadamente conceber se como dividida e pelo menos dois interlocutores que participam da deliberação.
2. O contato dos espíritos
A formação de uma comunidade efetiva dos espíritos exige um conjunto de condições, o mínimo indispensável à argumentação parece ser a experiência de uma linguagem em comum, de uma técnica que possibilite a comunicação. Não basta falar ou escrever, cumpre ainda ser ouvido, ser lido, não é pouco ter a atenção de alguém, ter uma larga audiência, ser admitido a tomar a palavra em certas circunstâncias, em certas assembléias, em certos meios, não esqueçamos que, ouvir alguém é mostrar se disposto a aceitar lhe eventualmente o ponto de vista, fazer parte de um mesmo meio, conviver, manter relações sociais, tudo isso facilita a realização das condições prévias para o contato dos espíritos.
3. O orador e seu auditório
Esse contato entre o orador e seu auditório não concerne unicamente às condições prévias da argumentação, é essencial também para todo o desenvolvimento dela, como a argumentação visa obter a adesão daqueles a quem se dirige, ela é por inteiro relativa ao auditório que procura influenciar.
É por essa razão que em matéria de retórica, parece nos preferível definir o auditório como o conjunto daqueles que o orador quer influenciar com sua argumentação.
4. O auditório como construção do orador
Perante uma assembléia, o orador pode tentar situar o auditório em seus marcos sociais; para poder influenciar mais o auditório pode se condicioná lo por meios diversos como