Resumo
A autora começa nos dizendo que para caracterizar o ato de escrever como atividade pragmática, é preciso que se confirme o próprio processo de produção de textos como uma atividade verbal.
Como produto resultante de uma atividade verbal assim organizada – o texto – carregaria, como características próprias, aquelas derivadas desses mesmos aspectos fundamentais de produção. Em relação ao usuário da língua, as condições de produção do texto revestir-se-iam, portanto, dos mesmos aspectos: uma motivação inicial; uma finalidade; um plano de ações; uma realização; uma dependência constante da situação. Essa perspectiva teórica que considera o caráter sociointeracional da linguagem pressupõe a existência de dois indivíduos: um primeiro que, no ato verbal, produz um texto, um segundo que recebe o produto dessa atividade. Ambos os envolvidos nesse ato verbal constituem uma entidade forjada psíquica, social e linguisticamente, com isso levamos em consideração também os aspectos internos e externos a esse tipo de atividade. Seriam internas ao processo as realidades psicossociais dos interlocutores, como aspectos externos, teríamos a manifestação linguística. Percebemos que esses dois aspectos fundamentais do processo de realização textual acabam por submeter também o próprio produto-texto. Considerando o texto como produto de um ato verbal, estamos dando ao processo um caráter dinâmico de interação constante entre os dois interlocutores envolvidos. A autora nos questiona o que ocorre quando o ato verbal se torna uma escrita, percebemos que essa modalidade de uso da língua, em que um emissor dirige-se a um receptor ausente e um receptor recebe uma mensagem de um emissor também ausente, a consequência dessa situação de comunicação seria considerar o texto escrito como um produto autônomo, distante das condições do momento de produção e algo bastante diferenciado do discurso oral. Mas o que a autora nos quer mostrar é que toda