resumo

"O meu silêncio não é igual ao vosso. O meu silêncio seria ter os olhos fechados, as mãos paralisadas, o corpo insensível, a pele inerte. Um silêncio do corpo.”

O Grito da Gaivota foi um livro escrito pela atriz francesa Emmanuelle Laborite. Emmanuelle Laborit nasceu a 18 de Outubro de 1971. Este livro confronta-nos com uma realidade que, em geral, pouco conhecemos. Convida a partilhar as experiências, tantas vezes dolorosas, no dia a dia dos que vivem envoltos no silêncio e na incompreensão.
Emmanuelle Laborit é a protagonista deste testemunho, marcado pela memória de um crescimento diferente. A escritora é surda profunda e, através deste livro, conta a sua história pessoal vivida no silêncio. O livro chama-se O grito da gaivota, porque Emmanuelle, quando era pequena, gritava, esses gritos eram gritos agudos de ave marinha, como os de uma gaivota planando sobre o oceano, Emmanuelle ficou então apelidada de gaivota. Emmanuelle, foi “obrigada” a seguir os métodos tradicionais de ensino e comunicação para surdos, aprender a vocalizar, a ler lábios, no entanto, a descoberta da língua gestual foi para si “a luz ao fundo do tunel”. Emmanuelle, com esta revolta, teve uma adolescência conturbada e problemática, mas conseguiu dar a volta. Devido a esta luta e atitude, conseguiu seguir o seu sonho de infância, o teatro, e tornar-se uma atriz de sucesso. Emmanuelle seguiu o caminho da liberdade, o que lhe permitiu subir aos palcos, sendo condecorada como atriz revelação em 1993. Uma das ideias principais da obra consiste na defesa da língua gestual como um meio de comunicação tão eficaz como a língua oral. Trata-se do primeiro livro escrito por um surdo, destinado a uma menina, que retrata sentir de uma mulher surda.

Na minha opinião, este é livro extraordinário, porque é uma história de vida, é um relato verdadeiro e sentido que nos apresenta uma perspetiva diferente do nosso pequeno mundo. Este livro fez-me entender que as pessoas surdas são pessoas como nós,