Resumo
HADOT, Pierre. A Figura de Sócrates. In:______. O que é filosofia antiga. São Paulo, edições Loyola, 2004, p.47-68.
O texto retrata o Sócrates mítico e não o histórico. Ele começa com uma comparação entre Sócrates e Jesus, suas influências sobre o mundo e o fato de não terem escrito absolutamente nada, possuindo, apenas testemunhas de seus feitos. Foram seus discípulos que fundaram escolas após sua morte para propagar sua mensagem. Havia uma diferença entre as escolas fundadas pelos socráticos. Elas mostravam a multiplicidade do pensamento socrático, existindo apenas um ponto em comum entre elas, o conceito de um discurso vinculado ao modo de vida e um modo de vida vinculado a um discurso. Infelizmente muitas das obras produzidas por essas escolas não sobreviveram ao tempo. Um de seus mais famosos discípulos, Platão, escreveu várias obras para homenagear seu mestre, onde Sócrates fazia sempre o papel de interrogador fazendo seus diálogos se tornarem um novo gênero da literatura, os diálogos socráticos, influenciando milhares de pessoas no decorrer da história. É assim que Sócrates, após sua morte, passa a ser uma figura mítica, marcando toda a história da filosofia. Depois do oráculo afirmar que Sócrates era o mais sábio, ele se questiona sobre o que o oráculo quis dizer, e parte para uma apuração com pessoas que possuem sabedoria, nisso ele percebe que os que supõe saber de tudo, na realidade não sabem nada e conclui que é o mais sábio por acreditar que nada sabe. Portanto, o detentor da sabedoria é aquele que tem consciência do seu não saber. A missão de Sócrates é fazer os outros perceberem o próprio não saber, com isso ele usa da sua famosa ironia socrática, que consiste em aprender alguma coisa do seu interlocutor e fazer com que o mesmo perceba que não conhece nada do que acha que conhece. Sócrates não ensina nada, apenas questiona e refuta seus interlocutores para que estes percebam o quão ignorantes são em relação ao assunto que afirmam