Resumo
Senhores Vereadores,
Minhas Senhoras, Meus Senhores,
Hoje é, para mim, um dia de muita alegria e de muita emoção.
Eu sinceramente não pretendia falar nesta solenidade.
Ingressei numa fase da vida em que, nestas ocasiões em que a nossa sensibilidade é posta à prova, a emoção fala mais alto do que a razão.
Mas compreendo que mais reprovável do que um homem da minha idade embargar a voz no meio de um discurso, mais grave que isso, é ficar calado diante de um gesto tão grandioso quanto este da Câmara Municipal de Teresina em conceder-me o título de Cidadão Teresinense.
Eu não poderia deixar de fazer um agradecimento público a esta iniciativa que tanto me honra.
Então, resolvi correr o risco. Mas, para não ficar ainda mais fragilizado, resolvi passar por cima de muita coisa que marcou a minha presença em Teresina nestes quarenta e seis anos. x-x-x-x
Eu devo falar também para dar meu testemunho pessoal, a esta e às futuras gerações, de que é possível um garoto pobre ser vitorioso e dar a sua contribuição – ainda que modesta, como a minha – à sociedade em que vive.
Isto é possível através do estudo, do trabalho, da boa conduta e das amizades.
Aqui cheguei, vindo de Oeiras, a nossa querida Primeira Capital, no verdor da mocidade.
Trazia muita saudade (a saudade dos pais, da minha inesquecível terra, dos primeiros amigos) e também muitas esperanças e muitos sonhos naquele meu coração de dezesseis anos.
Corria o ano de 1960. Fui matriculado no velho e sempre querido Liceu Piauiense, onde continuei meus estudos.
Depois, quase que por acidente, me vi professor. Eram pouquíssimas as oportunidades de emprego na Teresina daquela época.
Achei a porta do magistério aberta e por ela entrei nessa profissão. E confesso com sinceridade: mais por precisão do que por vocação.
Mas o magistério tem algo