O futebol na escola
O futebol sempre esteve presente em seu cotidiano escolar. Você já deve ter percebido, pelas três primeiras unidades, de que o futebol é um jogo extremamente complexo e que dificilmente poderemos tratá-lo sem considerar que está presente direta e/ou indiretamente, na vida dos brasileiros.
Dando continuidade ao seu processo de formação inicial, enfim chegou o momento de adentrar os "portões" da escola.
Para Freire (2003, p. 5), a escola é importante, pois "ela nos diploma, o que equivale, para os desassistidos, a algumas cartas de alforria e, para os privilegiados, a alguns passaportes para o poder". Porém, o mesmo autor acredita que a escola quase nunca interpreta os desejos e aspirações dos seus alunos, e dificilmente considera sua bagagem cultural – "a escola procura transformar a todos em alunos, pacotes prontos de sabedoria para serem engenheiros, médicos, advogados [...]" (FREIRE, 2003, p. 6).
Ao longo da história da pedagogia dos esportes e da própria Educação Física no Brasil, acreditava-se (e ainda se acredita) que as habilidades e os talentos eram resultados de privilégios naturais ou dons com os quais as pessoas eram eleitas, nascidas com eles. Ou seja, acreditou-se, por muitos anos, que não era possível ensinar futebol a ninguém. Ou a pessoa apresentava o dom ou deveria, por não nascer com a capacidade de praticá-lo, permanecer longe do esporte.
Por acreditarem nas ideias de que não se poderia ensinar o futebol, muitos professores, infelizmente, no espaço escolar ou fora dele, tiveram (e ainda têm) como postura a realização de uma espécie de seleção natural de possíveis talentos para quem desejasse praticar o futebol de forma mais sistemática. No entanto, levando em consideração a proposta de Freire (2000, p. 93), é possível, sim, ensinarmos qualquer modalidade esportiva na escola. Para o autor, as ideias relacionadas à forma inata são socialmente prejudiciais para o universo da Educação Física, pois: [...] sendo o