Resumo

SINGER, Paul. Poder, política e educação. São Paulo: Revista Brasileira de Educação, 1995.

Poder, política e educação
A educação no Brasil hoje está em crise e, em decorrência desta, surgiu um impasse que dividiu o universo da educação em dois pólos. De um lado há os que defendem a posição civil democrática que encara a educação como processo de formação cidadã focada no educando, principalmente no educando de baixa renda, com o propósito de proporcionar a estes ferramentas intelectuais que possibilitem a sua inclusão social. Do outro lado estão os defensores da posição produtivista que prepara os indivíduos para a divisão social do trabalho, instruindo e desenvolvendo faculdades que habilitem o educando a integrar o mercado de trabalho, levando em consideração o pressuposto de que a vantagem individual é simultaneamente social. Tendo em vista que a soma de ganhos individuais em um mercado de trabalho livre e concorrencial, são proporcionais ao capital humano acumulado em cada individuo teremos como resultado o bem- estar de todos. Desta forma, podemos dizer que a educação promove o aumento da produtividade, fator mais importante para elevar o produto social e, por conseqüência, eliminar a pobreza. Enquanto a visão civil democrática luta pela preservação da escola pública em nome do direito universal da educação, a visão produtivista parte da crítica aos serviços sociais do Estado e propõe a reforma do ensino público, tornando-o pago ou mais competitivo. A proposta é de que a rede escolar esteja sujeita ás regras de mercado, embasada na idéia de que a competição é a melhor forma de promover a eficiência do ensino. Mudanças no contexto político-social, adaptação às novas características do mercado de trabalho, a globalização e o aumento da exclusão social decorrente da Terceira Revolução Industrial ajudaram a desencadear a crise no sistema escolar mundial resultado não apenas da fragilização da escola pública, mas também da inadequação desta à massificação do