“[...] O desenvolvimento da mídia transformou a natureza da produção e do intercâmbio simbólicos no mundo moderno”. O objetivo do autor nesse primeiro capítulo é explorar os contornos, pela análise de algumas das características da comunicação mediada e os contextos sociais práticos dentro dos quais tal comunicação é recebida e entendida. Dizer que a apropriação das mensagens da mídia se tornou um meio de autoformação no mundo moderno não é dizer que ele é o único meio: claramente não é. Há muitas outras formas de interação social, como as existentes entre pais e filhos, entre professores e alunos, entre pares, que continuarão a desempenhar um papel fundamental na formação pessoal e social. Os primeiros processos de socialização na família e na escola são, de muitas maneiras, decisivos para o subseqüente desenvolvimento do individuo e de sua autoconsciência. Mas não devemos perder de vista o fato de que, num mundo cada vez mais bombardeado por produtos das indústrias da mídia, uma nova e maior arena foi criada para o processo de autoformação. È uma arena livre das limitações espaço temporais face a face e, dado o alcance da televisão em sua expansão global, se torna cada vez mais acessível aos indivíduos em todo o mundo. Para o autor, a produção e a interação de conhecimentos e de conteúdo simbólico fazem parte da sociedade desde os tempos remotos. Claro que a necessidade do ser humano de se comunicar sempre existiu, e isso não é nenhuma novidade. Nas civilizações primitivas as formas de comunicação poderiam ser tanto oral quanto por demonstrações simbólicas. Evidentemente a palavra desempenhava um papel fundamental nessa época, pois a comunicação era restrita, visto que o conhecimento e a difusão de informações eram limitados em termos geográficos, isso porque a interação face a face era a que predominava entre as pessoas naqueles tempos. Mas no século XV, com o nascimento da escrita e, posteriormente, da impressão, essa restrição