Resumo O desafio da interculturalidade - Direitos Humanos
- O desafio da interculturalidade
A forma como os Direitos Humanos se transformaram, nas duas últimas décadas, causa alguma perplexidade. Após a segunda guerra mundial os Direitos Humanos foram parte integrante da política da guerra fria e considerados pelas forças políticas de esquerda
As forças progressistas, que antes preferiram a linguagem da revolução e do socialismo para uma política emancipatória, hoje recorrem aos Direitos Humanos para reiventar a linguagem da emancipação. Como se os Direitos Humanos fossem convocados para preencher um vazio deixado pelo Socialismo ou pelos projetos emancipatórios. Vazio que pode ser preenchido.
Os Direitos Humanos podem ser colocados a serviço de uma política progressista e emancipatória, e para entender como tem que ser, também, entendidas 3 tensões dialéticas que informam a modernidade ocidental.
A 1ª – é entre a Regulação Social (simbolizada pela crise do Estado intervencionista e do Estado-providência) e a Emancipação Social (simbolizada pela crise da Revolução Social e do Socilismo como transformação radical). Essas crises alimentam-se uma da outra. Os Direitos Humanos podem ser simultaneamente uma política regulatória e emancipatória, e está armadilhado entre as duas crises, ao mesmo tempo em que é sinal do desejo de a ultrapassar.
A 2ª – ocorre entre o Estado e a Sociedade Civil, e apesar de ser considerado fundador da modernidade ocidental, aponta como problemática e contraditória a distinção e a relação entre ambos. Nas últimas décadas ficou claro que a distinção entre o Estado e a sociedade civil é resultado da luta política moderna. Então essa tensão deixou de ser entre Estado e Socidade Civil e passou a ser entre interesses e grupos sociais que se reproduzem sob forma de Estado e interesses e grupos sociais que se reproduzem sob forma de Sociedade Civil, tornando o âmbito efetivo dos Direitos Humanos inerentemente problemático. No Atlântico Norte, a primeira geração de Direitos