Resumo a profissionalização do serviço social
A profissionalização do Serviço Social (SS), que teve lugar a partir da segunda metade do século XIX, encontra-se assente em duas teses principais.
A primeira, chamada pelo autor de tese simples e mais tarde de tese tradicional, apoia-se na ideia de que a profissionalização do SS resultou de um processo cumulativo, inicialmente na organização da filantropia e posteriormente na incorporação das actividades filantrópicas munidas de instrumentos científico-técnicos.
Todo o caminho percorrido desde as protoformas do SS até à sua profissionalização se desenharia de uma forma contínua. Esta ideia explica-se porque um novo agente profissional apenas se cria a partir de referências e práticas já existentes que podem implicar ou não a exclusão de sustento institucional e organizativo anterior.
A continuidade provoca transformações no SS, pelo que contribui para o conhecimento da profissão, mas esta, por si só, não explica ou esclarece a sua profissionalização. Não é a continuidade das protoformas do SS a causadora da sua profissionalização, mas sim a ruptura com estas mesmas protoformas, devido à criação de um novo espaço na divisão social e técnica do trabalho com implicações no desenvolvimento do desempenho de papéis específicos por parte dos agentes.
Torna-se necessário, portanto, o surgimento de uma nova tese, a tese sócio-histórica, de ruptura ou crítica. Nesta explica-se que o desenvolvimento do capitalismo (monopolista/organizado) atinge o seu auge na idade do monopólio, proporcionando o espaço na divisão social e técnica do trabalho para a profissionalização da Disciplina; numa altura em que o estado sofre visíveis alterações, criam-se, assim, as condições necessárias para esta prática profissional.
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