Resumo A Geografia da Acumulação Capitalista: uma reconstrução da teoria marxista, David Harvey
Marx pensou a teoria da acumulação capitalista colocando como incompatível o estado estacionário da reprodução simples com a perpetuação do modo capitalista de produção. Em outras palavras, o sistema é formado por ciclos crescentes. Além disso, Marx diz também que o crescimento econômico é um processo de contradições internas que frequentemente irrompe sob a forma de crises. Isso porque o processo de acumulação depende e pressupõe que existência de mão de obra excedente (o chamado exército de reserva industrial), a existência no mercado de quantidades necessárias de meios de produção e a existência de mercado consumidor. Assim, quando uma dessas variáveis desanda da relação dialética da produção capitalista e acarretem numa superprodução relativa (seja de capital ou de mercadorias), há uma crise originada pelas barreiras estruturais à acumulação. As crises do sistema capitalista possuem a função de dar ordem e racionalidade no desenvolvimento econômico, isso porque não há outras forças capazes de exercer tal função dentro deste contexto de desenvolvimento econômico. Vale esclarece, no entanto, que as crises não são ordenadas ou lógicas, mas elas são o propulsor para a racionalização do sistema. Assim, como consequência das crises, há a criação de mecanismos que sustentem o sistema capitalista a partir da criação de condições apropriadas para a renovação da acumulação e expansão da capacidade produtiva.
O novo nível de acumulação pós-crise apresenta aumento da produtividade da mão de obra, diminuição do custo dessa mão de obra, atração do capital excedente para novas linhas de produção e, por fim, expansão da demanda efetiva por produtos. Dentre estas características, a última ganha destaque e pode ser explicada pela combinação de quatro elementos que são de duas categorias: de intensificação e de organização espacial. Na primeira delas temos a