Resumo: a corresão do carater - richard semmet
1619 palavras
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HUMMEL, R. C. L. A corrosão do caráter325
A CORROSÃO DO CARÁTER
Rosita C. de Loyola Hummel*
SENNETT, R. A corrosão do caráter: as conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Tradução: Marcos Santarrita. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.
Como o próprio Sennett denomina, sua obra é um ensaio-discussão em que “recorri mais a fontes diversas e informais, incluindo dados econômicos, narrativas históricas e teorias sociais.” (p. 11) Os capítulos do livro são iniciados com descrição de experiências de vida, que seriam suas fontes informais; servem esses casos de ponto de partida para a análise de transformações ocorridas no capitalismo na segunda metade do século XX. Dados econômicos, assim como referências a teorias sociais, amparam o estudo do autor; são oito capítulos que compõem o livro além de um apêndice com tabelas e gráficos (a colocação das tabelas e gráficos no final do livro não facilita a leitura). Sennett encaminha seu trabalho até o último capítulo, onde justifica o título do livro: a sensação de fracasso, a constante incerteza e as mudanças rápidas corroem não só o trabalhador, mas o seu caráter, a família e mesmo suas perspectivas de vida. A questão do capitalismo flexível, introduzida pelo autor no Prefácio do livro, é o pressuposto mais importante para a compreensão do texto e tem sido desenvolvido por Sennett em outros trabalhos. Para que se compreenda o significado de capitalismo flexível, deve-se partir das características adotadas pelo sistema nas últimas décadas do século XX, que, de acordo com o autor, contrapõem-se àquelas das décadas anteriores. São identificados assim, três pontos importantes para essa análise: a reinvenção contínua das instituições; a especialização flexível da produção; e a concentração do poder sem centralização (ver também SALAVISA, 2001).
* Mestre em História Social pela Universidade Federal do Paraná; Professora da PUC-Paraná.
História: Questões & Debates, Curitiba, n. 35, p. 325-329,