Resumo Zizek - Contra Os Direitos Humanos
O texto se inicia com claro objetivo enunciado: contrário aos direitos humanos. Para isso, Zizek analisa 3 suposições das invocações aos direitos humanos pelas sociedades liberal-capitalistas. Primeiro, em oposição a um fundamentalismo naturalizado, mas pelo próprio olhar do ocidente, fazendo parte do imaginário europeu atual, combatem o que seria o seu próprio legado histórico descontrolado.
Esse olhar deplorável ao outro, que lê traços fundamentalistas (violência étnica, intolerância religiosa, e uma fixação em traumas históricos) faz parte de uma introdução objetivada, a de transformação em Estado-nação. O autor visa mostrar que essa essencialização fundamentalista dos traços contingentes é uma característica da democracia liberal-capitalista, que os conflitos etno-religiosos pseudo-naturalizados são a forma que mais se ajusta ao capitalismo global.
A segunda invocação supõe liberdade de escolha e direito a prazer. Sobre a liberdade de escolha, o autor mostra que ainda que seja dada formalmente a liberdade para se escolher, as condições para que ela seja feita não a tornam livre. Zizek é muito rigoroso com a questão da liberdade, e chama de pseudo-escolha um dos problemas fundamentais do liberalismo. O problema da pseudo-escolha também demonstra os limites das atitudes liberais padrão em relação às mulheres muçulmanas que usam o véu, o problema está na decisão de usá-lo, pois assim apresentam publicamente o pertencimento substancial. A questão se apresenta na tolerância. O espaço público é intolerado em detrimento do privado, um privado que é parte da ideologia liberal, que é hegemônica e ocidental: violenta e desenraiza diversidades culturais. Pode-se dizer que a cultura hegemônica liberal possui um véu que esconde, por trás dos discursos de tolerância e direitos universalistas, os dispositivos de dominação desses discursos nacionalistas e “libertadores”. Vê-se que, quando se