Resumo - Você tem cultura? (Roberto da Matta)
Apresentando a cultura como sinônimo de sabedoria, constrói-se um falso conceito do real significado da palavra, usada como forma de discriminação, classifica-se uma pessoa X como alguém que possui ‘mais cultura’ do que a pessoa Y, quando na verdade não há tal hierarquização que defina uma cultura como melhor que a outra, assim como diferentes povos podem e devem ter distintas culturas, mas nada que dê a liberdade de criar uma pirâmide, em que, por exemplo, a cultura da Europa é melhor do que a do Brasil, e vice-versa.
Com características semelhantes, “Personalidade” também é uma palavra com mais de um significado, tratada de forma errônea, a personalidade de uma pessoa é vista como um adjetivo, quando na verdade todos a possuem, assim como a cultura, que serve como forma de tradução do ser humano.
A cultura está presente em todo o mundo, e em cada pessoa, como algo que está dentro e fora de cada ser humano, a cultura permite sentimentos e reações diferentes, ou seja, mesmo que tratada como uma regra que traduz a maneira de viver de sociedades passadas, ao experimentá-la, novas reações são aceitas, até por que nem todos possuem a mesma personalidade. Não é possível prever sentimentos.
De forma geral, a cultura deixa clara a diferença que há entre “fulano” e “sicrano”, mas não de forma em que vá se classificar como melhor e pior, e sim uma forma de resgatar a humanidade, proporcionando uma união e compartilhamento de novas ideias. A hierarquização da cultura é nada mais, nada menos do que uma forma de exclusão.