Resumo Trabalho e capital humano

HARRY BRAVERMAN
TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA
A degradação do Trabalho no Século XX
Capítulo 1: TRABALHO E FORÇA DE TRABALHO
Todas as espécies terrestres, representadas nas mais variadas formas de vida, tiram proveito dos produtos naturais para satisfazer suas necessidades e conseguir se manter no seu habitat. Porém, apenas apossar-se de materiais fornecidos pela natureza não é trabalho. O trabalho transforma o estado natural desses materiais aperfeiçoando suas utilidades.
O que distingue o processo animal do humano, além de os animais apenas tomarem posse dos produtos naturais enquanto os homens possuem a capacidade de transformar o estado natural em que os produtos se encontram, é o fato de o homem planejar essa transformação antes de executá-la. O homem torna esse trabalho consciente e tem um propósito ao fazê-lo, enquanto o trabalho dos outros animais é totalmente instintivo.
É correto afirmar que os animais também podem aprender, porém, não com a mesma complexidade que os homens. Foi levando isso em consideração que alguns antropólogos e fisiólogos concluíram que a diferença entre o trabalho humano e não humano não é em espécie, mas em grau. A vantagem do ser humano em relação a eles se dá pelo aumento de muitas partes de seu cérebro. Em seu sistema nervoso central é originado o pensamento conceptal. Esse pensamento torna-se rudimentar demais nos animais, pois eles não são capazes de criar uma linguagem articulada ou uma representação simbólica que transmita ensinamentos para as gerações seguintes, sendo impossível de se criar cultura. Desta maneira, o trabalho intencional, guiado pela inteligência, provém exclusivamente da espécie humana.
Todas as mais variadas formas sociais que já existem ou que ainda podem surgir, derivam dessa característica exclusiva do trabalho humano. A divisão de funções nas outras espécies é determinada pela natureza e revelada na forma de instinto. Ele desempenha uma atividade, pois é da sua própria natureza. Já o