Resumo texto familia corporativa
Monteiro tem seis herdeiros, dos quais quatro estão diretamente envolvidos no dia a dia de seus negócios. Para Monteiro, chegou o momento de passar para o nome dos filhos tudo o que ganhou na vida. Para Marcelo Prado, da MPrado Assessoria, que está ajudando os Monteiro, as famílias que começam a buscar um modelo de governança corporativa são aquelas que almejam a perenidade dos negócios, mas não sabem como perpetuá-los.
Atualmente, a MPrado orienta cerca de 40 projetos de sucessão em médias empresas, dos quais 20% são ligados ao agronegócio. Segundo Reis, em geral 8% do valor da fazenda se vai nas sucessões tradicionais, enquanto na holding não há impostos a pagar. No caso da fazenda Alvorada, somente a terra está avaliada em R$ 70 milhões. “Poucas empresas no País valem acima de R$ 100 milhões”, diz Reis.
Para Wanderson Rodrigues da Silva, que também é consultor da MPrado, o que não falta no País são pequenos e médios fazendeiros sem noção do patrimônio que possuem. “O Brasil está cheio de propriedades de 1,5 mil hectares que valem R$ 30 milhões”, diz Rodrigues da Silva. Hoje, aos 60 anos, com dois herdeiros e 1,1 mil hectares arrendados para a cana-de-açúcar na região do Triâgulo Mineiro, Marcussi acredita que o momento está chegando. Um dos filhos, Henrique, se tornou agrônomo pensando em gerir as fazendas.
Aos interessados em implantar um sistema de gestão e sucessão, os especialistas dizem que não existe um terno que sirva para todos os clientes. Ele é feito sob medida para cada um. “Cada grupo familiar tem suas características, sua cultura”, diz Reis.
Aos produtores, o custo de um projeto varia muito, mas num cálculo simples Prado estima que o valor equivale ao de dois tratores ou duas camionetes top de linha. No mercado, uma camionete Hilux, da marca Toyota, vale R$ 150 mil. “Em geral são necessários pelo menos dois anos para se implantar um programa de governança”, afirma Prado.