Resumo: SOUZA, Angelo. Explorando e construindo um conceito de gestão democrática
O texto discute as relações entre política, poder e democracia, nas escolas públicas, destacando os elementos da gestão escolar que mostram que este é um fenômeno político, e também um espaço para disputas de poder. Debater esta natureza política, nos confrontamos com sua natureza democrática. A gestão escolar deve ser baseada nos princípios e em métodos democráticos. Mas, não está claro se é o que ocorre nas escolas públicas país afora. Seguindo esta linha, o texto se propõe expor elementos importantes para se pensar os problemas da gestão destas escolas.
Democracia e poder
O interesse da ação política é o poder. Mas o poder em questão não é a capacidade de controlar os indivíduos, lecando-os a fazerem o que se deseja, e sim, o poder decorrente da capacidade humana de agir em conjunto com outros, construindo uma vontade comum. A gestão democrática é aqui compreendida, então, como um processo político no qual as pessoas que atuam na/sobre a escola identificam problemas, discutem, deliberam e planejam, encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola na busca da solução daqueles problemas. Esse processo, sustentado no diálogo, na e no reconhecimento às especificidades técnicas das diversas funções presentes na escola, tem como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.
Participação
A participação na vida política é elemento importante que se aprende na prática democrática. Seja na gestão da escola, da cidade ou do país, a participação ampliada é quase sempre defendida como condição sine qua non para a efetivação democrática. Politicamente, praticamente todos os candidatos a algum cargo ou função afirmam que desejam ampliar a participação da população nos processos de tomada de decisões.