resumo sobre a resistencia escrava no brasil escravista
A obra desses excelentes pesquisadores João José Reis e Eduardo Silva, denominada Negociação e conflito, vem ratificar uma tendência bastante saudável da historiografia brasileira de fazer releituras do período escravocrata que buscam desmistificar e corrigir uns tantos equívocos produzidos a respeito da atuação dos negros durante a vigência do regime de escravidão no Brasil.
Entre os escravos havia diferenças de ordem étnica e de nascimento que alimentavam rivalidades que na vida cotidiana eram utilizadas pelos senhores para evitar uma união entre os mesmos que pudesse pôr em xeque o poder senhorial – tal era o caso da rivalidade existente entre os pretos mina (africanos) e os crioulos (nascidos no Brasil) – , porém os escravos também se aproveitavam das diferenças e das inimizades entre os senhores para fugir, obter manumissões e negociar direitos.
Bom, no primeiro capitulo, nos remete a pensar acerca do tema: Entre Zumbi e Pai João, o Escravo que Negocia. Em que o primeiro (Zumbi) era visto e transparecia um papel de resistência opressora em prol dos senhores na luta contra a escravidão. Já o segundo (Pai João) representava a figura de escravo submisso e conformado, oposto a rebeldia indomável de ZUMBI, ou seja duas figuras que em paralelo demonstram a expressão de uma máxima para exprimir a idea de uma luta cotidiana contra a escravidão.
É indispensável a retomada da ideia central da obra: os escravos não teriam sido vítimas e/ou heróis durante todo o tempo, como se fizeram acreditar diversos estudiosos da historiografia clássica, eles transitariam, com bastante frequência em zonas intermediárias de indefinição entre essas duas posições. Sendo assim, para os autores, ao lado das violências corriqueiras do sistema escravista, haviam espaços sociais construídos tanto de barganhas quanto de conflitos. (REIS; SILVA,
2009: 7). É com base nesta ideia que o primeiro capítulo da