Historia da vida privada no brasil
ARTIGO: HISTÓRIA DA VIDA PRÍVADA NO BRASIL
Mobilidade, inflexidez, indefinição, precariedade e deslocamento foram conceitos utilizados por diversos autores em vários momentos para tentar definir a especificidade da privacidade que se forja no Brasil de fins do século XIX até meados da década de 1920, e outros conceitos ligados à dificuldade de se estabelecer uma diferenciação clara entre o que era público e o que era privado no contexto de um Brasil que adentra uma nova forma cultural.
No entanto todos esses conceitos tomam como pressuposto a existência de um padrão que acaba criando uma situação provisória difícil de conceituar, talvez por que temos em mente a distinção clássica entre público e privado. Enfatizar a noção de provisoriedade para caracterizar a situação pela qual o Brasil estava passando e como essas mesmas transformações mudaram a lógica de relações cotidianas e espaço de convívio.
Inicialmente a sociedade de privilégios será o tema em questão, visto que de certa forma essa condição é determinante para o entendimento de certos fatores, como por exemplo, o que leva as autoridades públicas a terem de dar o aval sobre a posse e gestão de uma propriedade privada muito presente: o escravo. Esse paradoxo iria atravessar os anos da gestão imperial, sendo que não acredito que esse escravismo era herança colonial, ou seja, não representava um atraso. Era visto sim, como um projeto para o futuro, que pretendia incluir a escravidão nos quadros do Direito moderno, demonstrando a peculiaridade do tipo de modernidade que procurava se construir.
O Rio de Janeiro foi local difusor de regras e costumes, por sua vez importados da Europa, e que seriam moldes para o padrão de comportamento que iria atravessar o país pelo século XIX. Nova contradição se