Resumo "Sobre a identidade de poder nas relações de trabalho"
Resumo: “Sobre a Identidade do Poder nas Relações de Trabalho” - Liliana Segnini
O artigo tem como objetivo tratar da possibilidade de se atribuir a uma pessoa ou a um grupo restrito de pessoas a articulação do sistema de poder criado no interior de uma organização.
A compreensão da relação social de exploração contida na formulação da mais-valia torna-se fundamental para a análise. “O tempo de trabalho incorporado na força de trabalho é menor que o tempo de trabalho que a força de trabalho é capaz de incorporar no produto”. (Bernardo, 195, p.85-6)
A resposta capitalista às lutas dos trabalhadores encontra-se em estratégias que possibilitam o aumento da produtividade e o controle sobre as formas de conflitos.
Analisando o trabalho ferroviário entre os anos 1868/1928, percebe-se inicialmente uma relação de dominação patriarcal, com a contratação do trabalho livre do migrante interno e do negro alforriado. A expansão da empresa gera uma necessidade maior de mão-de-obra, levando à criação da Sociedade Promotora de Imigração, que promovia a vinda de imigrantes pagando-lhes passagem para o Brasil. Porém, estes detinham consciência maior sobre a exploração contida nas relações capitalistas, o que gerou movimentos reivindicatórios. Então, é introduzido o taylorismo como nova forma de organização do trabalho.
Uma outra análise é feita sobre o trabalho bancário entre os anos 1965/1985, focada no Banco Bradesco, onde diferentes instrumentos vão compor um sistema de poder que se pretende totalizante. Educação para o trabalho, seleção e treinamento de pessoa, normas e regulamentos internos, vigilância hierárquica vão compor o processo de construção do “Homem Bradesco”. O Bradesco, a partir de 1971, dedica-se à formação de sua própria força de trabalho, cujo processo educacional é desenvolvido de forma apolítica. Além disso, os critérios norteadores do processo de seleção de pessoal envolvem sobretudo variáveis