Resumo sobre "Arqueologia foucaultiana"
Foucault, ao menos em termos de método, inaugura uma nova forma de se fazer História através do que ele chamará de “Arqueologia”. Essa forma eleva tudo aquilo que as pessoas disseram e dizem ao estatuto de acontecimento. O que foi dito instaura uma realidade discursiva; e sendo o ser humano um ser discursivo e criado pela própria linguagem, a Arqueologia é o método para desvendar como o homem constrói sua própria existência.
De acordo com essa lógica, os sujeitos e os objetos não existem a priori, e sim, são construídos pelos discursos. Um exemplo a ser dado é que o corpo só passou a “existir” a partir das modificações discursivas da passagem da Idade Média para a Modernidade, onde o corpo passa a ser visto como um conjunto de órgãos, através do desenvolvimento da patologia, na medicina.
Foucault investigar os discursos das ciências humanas “arqueologicamente”, ou seja, sem envolver-se no debate, se aquilo que afirmam é ou não verdade, ou se suas proposições são plausíveis. Ao invés disso, ele afirma que é preferível tratar o que é dito pelas ciências humanas como um “discurso-objeto”. Tratar-se, desse modo, de uma teoria sobre o discurso. A Arqueologia analisa a História de acordo com os saberes de cada época, sem se limitar a nenhuma disciplina. Seu objeto de análise é estabelecer relações entre os saberes para que surjam dessas relações, em uma mesma época ou em épocas diferentes, compatibilidades e incompatibilidades que estabeleçam regularidades e permitam individualizar formações discursivas. Esta Arqueologia procede não apenas sobre textos de ciência, mas também em textos jurídicos, na literatura, na filosofia, nas decisões políticas e na vida cotidiana. Um determinado discurso transita sob os mais variados campos e níveis, visando constituir seu objeto específico. Desta forma, o próximo objetivo da análise foucaultiana é desvendar o funcionamento das regras de formação de cada formação discursiva em particular, buscando a regularidade em