RESUMO POSTADO
PENSAR A ESCOLA, UMA AVENTURA DE 2500 ANOS
Tão antigo quanto a filosofia, o pensamento educacional se desdobra em várias correntes, mas suas raízes estão fincadas na Grécia antiga. Por trás do trabalho de cada professor, estão séculos de reflexões sobre o ofício de educar. Mesmo os professores que não conhecem a obra de Aristóteles, Jean-Jacques Rousseau ou Émile Durkheim trabalham sob a influência desses pensadores, na forma como suas idéias foram incorporadas à prática pedagógica, à organização do sistema escolar, ao conteúdo dos livros didáticos e ao currículo docente.
Antes mesmo de existirem escolas, a educação já era assunto de pensadores. Um dos primeiros foi Sócrates, para quem os jovens deveriam ser ensinados a conhecer o mundo e a si mesmos. Para seu discípulo Platão o conhecimento só poderia ser alcançado num plano ideal e nem todos estariam preparados para esse esforço. Aristóteles, discípulo de Platão, inverteu as prioridades e defendeu o estudo das coisas reais como um meio de adquirir sabedoria e virtude. O sistema de ensino que ele preconizou era acessível a um número maior de pessoas. As duas tendências (a idealista, de Platão, e a realista, de Aristóteles) podem ser traçadas em toda a história da filosofia no Ocidente, mesmo quando dominada pelo cristianismo, durante a Idade Média, a educação experimentou as duas vertentes uma seguida da outra, de acordo com os postulados de Santo Agostinho e de Tomás de Aquino.
No século 14, a Europa havia se voltado de novo para o saber clássico. O feudalismo cedeu lugar a Estados nacionais, e as universidades, embora fiéis à teologia, passaram a dar atenção também ao conhecimento científico. Começava o humanismo. Filósofos como Erasmo de Roterdã valorizaram a capacidade do ser humano de moldar a si mesmo por meio da leitura e da liberdade de conhecer. Praticamente ao mesmo tempo, o fundador do protestantismo, Martinho Lutero, criou as bases da educação pública e universal. Em nome do direito de todos