Resumo - Portos de Passagem
Nos três capítulos de "Portos de Passagem" encontra-se uma discussão sobre as consequências de se assumir uma determinada concepção de linguagem; a compreensão dos problemas que caracterizam a crise do ensino da língua, a partir da definição do papel do professor como reprodutor do conhecimento; e, finalmente, a tematização das práticas de produção e leitura de textos, e das reflexões sobre a linguagem.
O autor define: o objetivo é dar à linguagem a importância que ela tem. Ou seja, definir o ensino da língua portuguesa a partir de um conceito de linguagem: o da interlocução, como "espaço de produção da linguagem e de constituição de sujeitos". Essa atitude racional acompanha-se de uma inspiração: a disponibilidade para a mudança. É a que permite olhar a língua como não acabada, mas sempre se fazendo e refazendo, da mesma forma que os sujeitos se tornam sujeitos pelo fato de interagirem uns com os outros, na história.
No primeiro capítulo - "Linguagem e Trabalho Linguístico" - Geraldi a partir de um olhar, sobre a relação de professor e alunos no ensino da língua, expõe o tipo de interlocação que se realiza nas salas de aula e a contrapõe a uma concepção da linguagem como história. Ou seja, a linguagem remeteria sempre a sistemas de referência, produzidos histórica e socialmente. Transita entre teóricos, comor Bakhtin, Ducrot, Foucault, Habermas e Wittgenstein tecendo sua reflexão, numa demonstração do que se espera hoje de uma produção gerada no mundo acadêmico: expor os conceitos teóricos à ação, é assim que nesse primeiro capítulo, o autor se discorre sobre textos de diálogos informais, de notícias e críticas de jornal , invade o interior do discurso, a partir do próprio discurso, expondo a aparência daquilo que se quer mostrar.
Sua ocupação principal é estudar os atos de fala como operações discursivas dos sujeitos, procurando ver o que, nas relações dos interlocutores, é determinado e o que