Resumo Populismo segundo Ângela de Castro
Ângela de Castro Gomes influenciada por Thompson nos diz que. Em primeiro lugar, o populismo é uma política de massas, vale dizer, é um fenômeno vinculado à proletarização dos trabalhadores na sociedade complexa moderna, sendo indicativo de que tais trabalhadores não adquiriram consciência e sentimento de classe: não estão organizados e participando da política como classe. As massas, interpretadas pelo populismo, são originárias do proletariado, mas dele se distinguem por sua inconsciência das relações de espoliação sob as quais vivem. Só a superação desta condição de massificação permitiria a libertação do populismo ou a aquisição da verdadeira consciência de classe. [...].
Em segundo lugar, o populismo está igualmente associado a uma certa conformação da classe dirigente, que perdeu sua representatividade e poder de exemplaridade, deixando de criar os valores e os estilos de vida orientadores de toda a sociedade. Em crise e sem condições de dirigir com segurança o Estado, a classe dominante precisa conquistar o apoio político das massas emergentes. Finalmente satisfeitas estas duas condições mais amplas, é preciso um terceiro elemento para completar o ciclo: o surgimento do líder populista, do homem carregado de carisma, capaz de mobilizar as massas e empolgar o poder (GOMES, 2001, p. 24-25).
Ou seja, segundo Ângela de Castro Gomes (2001, p. 25-26), convém destacar aqui três variáveis efetuadas na construção do conceito de “populismo”: a) um proletariado sem consciência de classe; b) uma classe dirigente em crise de hegemonia; c) um líder carismático.
Podemos dizer ainda que essa política de massas seria uma forma de organizar, controlar e utilizar a força política da classe trabalhadora, que, em virtude da sua origem rural, seu atraso cultural e sua inexperiência política, estava destituída de uma consciência de classe. Dessa forma, eram facilmente galvanizados e instrumentalizados pelas lideranças carismáticas.