Resumo Livro Costumes em comum
Thompson diz que com o estouro do capitalismo houve uma acentuada divisão cultural entre classes. O "folclore" entra em cena como a cultura tida como inferior da classe plebeia na visão da burguesia, uma visão preconceituosa sobre isso. Ele propõe a ideia de “costume” para as práticas vividas pelos camponeses frente a sua realidade, diante do capitalismo.
Como os costumes estavam formados no meio daqueles camponeses numa realidade pré-capitalista, esses costumes se encontraram com os novos valores do trabalho disciplinado do ambiente de fábrica ao qual muitos daqueles camponeses que migraram do campo para a cidade em busca de emprego encontraram. Essas diferentes mentalidades, rural e urbana, levaram a um conflito de pensamentos em nível de classes. A tradição que defendiam aqueles plebeus por meio de seus costumes levava a movimentos de rebeldia uma vez que aqueles valores pautados nos costumes eram desrespeitados na nova realidade industrial. Assim, os costumes visam a tradição na mesma medida que eram propulsores de movimentos de rebelião uma vez que tais tradições eram violadas. Assim, a sociedade de mercado cria uma nova natureza humana ocasionando um choque de mentalidades e transformando costumes.
O autor defende que o termo generalizante "motim" deve ser abominado pelo historiador. Deve-se tomar a rebelião como uma prática cultural diferenciada no tempo e no espaço. Na Inglaterra do século XVIII as rebeliões eram resultado da quebra dos costumes em relação ao fornecimento de pão entre as pessoas das classes populares.
Quando a produção de farinha encontrava um mercado mais lucrativo na venda do produto mais fino e caro aos intermediários em detrimento do consumidor, uma vez que o intermediário iria revender o produto ao consumidor por um preço mais elevado, havia maior dificuldade de acesso ao pão de qualidade pelos camponeses pobres, o que feria o costume do pão como alimento sagrado e não