Resumo Implicações de uma escuta de silêncio: A desrazão no trabalho Musicoterápico
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Implicações de uma escuta de silêncio: A desrazão no trabalho MusicoterápicoMariana Cardoso Puchivailo
Orientadora: Mt Ms Sheila Volpi
O artigo propõe refletir sobre as inquietações e a dificuldade dos `considerados loucos` serem escutados. A preocupação da musicoterapeuta surge da vivência nos estágios em uma Unidade de Internamento em Saúde Mental em Curitiba. Ela pretende ampliar o olhar sobre a `loucura`, “É preciso escutar o que eles têm a dizer, para gritar, o que eles têm para tocar e cantar” (Mariana). Para embasar sua pesquisa a autora se utiliza dos conceitos de `fora` e `desrazão` do filósofo Pelbart,
Foram utilizados diversos autores para fundamentar sua pesquisa. Para desenvolver o tema da Desrazão o autor central foi Peter Pàl Pelbart. Com relação à discussão na Saúde Mental foram utilizados diversos autores, incluídos Foucault (principalmente na construção da história da desrazão), Muñoz, Pessoa, Oliveira, Deleuze entre outros.
Nem sempre a loucura foi vista como doença. Com o surgimento da Psiquiatria no século XVII, ela começou a ser vista como tal. Acreditava-se que o louco teria contato com os deuses, e por isso, possuía sabedoria, sendo escutado com atenção pela sociedade da época. Pelbart (1989) coloca que os sábios, neste período, não eram os indivíduos com mais experiência ou habilidades, mas aqueles que traziam o desconhecido e que dissipavam dúvidas.
A existência da loucura segundo Blanchot (apud Pelbart, 1989), responde à existência histórica de enclausurar o Fora. A loucura seria a clausura do Fora numa personagem exilada. O conceito de Fora é tratado pela autora, como equivalente a Desrazão, Para isso utilizou para embasamento teórico um filósofo brasileiro contemporâneo que estuda a loucura e a desrazão, Peter Pàl Pelbart. Este autor fala da Relação com o Fora, que se dá através de uma turbulência que coloca o indivíduo em contato com o acaso, a ruína, a força e o desconhecido. Mas para falarmos do Fora precisamos esclarecer