Resumo - Estado, capitalismo y democracia en América Latina (2003), de Atílio Boron
1) Apresentação geral da discussão do autor
Atílio Boron, a partir de uma análise marxista, trabalha no livro Estado, Capitalismo y Democracia en América Latina a problemática das “transições democráticas” e do Estado, apontando os limites e contradições da democracia liberal constituída na região. Na edição ampliada, publicada em 2003, mais de dez anos depois da primeira edição (1991), o autor acrescenta novas reflexões sobre as consequências da hegemonia do neoliberalismo na América Latina durante a década de 1990.
Para o pesquisador argentino, nossa região se converteu em um laboratório de “cruéis experimentos de reestruturação capitalista” que depois se espalhariam em outras partes do mundo. O processo de construção dos regimes democráticos no continente, segundo Borón, converteram-se em pura forma política, deixando a população vítima das contradições do modo de produção capitalista em uma situação de “salve-se quem puder”, à mercê da pobreza e da violência.
Considerando a realidade como um todo concreto, Boron estabelece as devidas relações dialéticas entre mercado, Estado e sociedade civil dentro do atual sistema-mundo, caracterizado e determinado pelo modo de produção capitalista.
2) Principais questões, conceitos e análises
No primeiro capítulo, Boron se dedica a entender a natureza do regime autoritário das ditaduras militares “de novo cunho” que assolaram o continente na segunda metade do século XX, chamando atenção para o uso incorreto da categoria “fascista” para designar estados de exceção que atendem a momentos distintos de rearticulação do capital se comparados com aqueles que levaram a uma conformação de um Estado fascista na Alemanha e a Itália.
Para ele, a análise e identificação precisa da natureza dos regimes militares e da conformação de classes de um estado autoritário é imprescindível para a elaboração de uma estratégia correta da luta