Resumo - entre emancipação e regulação: (des)encontros entre educação popular e movimentos sociais* danilo r. streck
Danilo R. Streck -Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Educação
Exatamente em benefício daquilo que é novo e revolucionário em cada criança é que a educação precisa ser conservadora;ela deve preservar esta novidade e introduzi-la como algo novo em um mundo velho, que, por mais revolucionário que possa ser em suas ações, é sempre, do ponto de vista da geração seguinte, obsoleto e rente à destruição. Arendt, 1992, p. 243
Introdução
O autor discute a relação entre a educação e os movimentos sociais, seu pressuposto é o de a origem da educação popular está nos movimentos sociais e que,portanto a educação popular tem como uma de suas características acompanhar o movimento de classes, grupos e setores da sociedade que perceberam que o lugar que ocupam na história não corresponde aos níveis de dignidade a que teriam direito. Diante disso,na medida em que os movimentos sociais se reconfiguram no cenário regional,nacional e internacional, também a educação popular precisa perguntar-se pelo lugar de onde faz a sua leitura de mundo e a sua intervenção. Que pode significar a reivindicação de espaço na estrutura existente, ou representar o engajamento na luta por rupturas e pela busca de novas possibilidades de organização da vida comum. Todavia ,o elemento de educação popular não de se dá pelo projeto final,mas pela disponibilidade de reivindicar mudança,o que Paulo Freire chamou de inéditos viáveis
Na primeira parte do artigo, analisa como a educação popular surge no seio dos movimentos sociais, tendo como parâmetro a obra de Paulo Freire.
Na segunda parte, detêm-se na relação atual entre os movimentos sociais e a educação popular com base em dois temas que emergem da análise: os territórios de resistência e as respectivas pedagogias; e a questão das novas governabilidades e as implicações para a educação popular. Todo o artigo é pautado na