Resumo em capitulo de o primo Basilio
O quarto cronista-mor foi Rui de Pina que viveu provavelmente entre 1440 e 1522. Entrou para o cargo em 1497. Escreveu nove crónicas a propósito de monarcas da 1.ª e 2.ª dinastias: Sancho I, Afonso II, Sancho II, Afonso III, D. Dinis, Afonso IV, D. Duarte, Afonso V, e D. João II. Todavia, é de crer que nem todas lhe pertençam por inteiro: as seis primeiras seriam a refundição duma obra contemporânea cujos originais só muito recentemente foram descobertos (na Biblioteca Pública do Porto e na casa do Cadaval), ou, ainda, calcadas nas crónicas perdidas de Fernão Lopes. É possível, igualmente, que se apoiasse em Azurara para fazer a - história de D. Duarte e parte da de Afonso V. De sua autoria exclusiva restariam a última parte da Crónica de Afonso V e a Crónica de D. João II. Como se vê, Rui de Pina coloca-se numa posição francamente contrária à de Fernão Lopes em matéria de honestidade intelectual. Entretanto, suas crónicas valem, do ângulo historiográfico, pelos novos e diferentes dados aduzidos acerca da sociedade portuguesa de seu tempo e pela sobriedade da linguagem, onde vibra, ainda mais forte que em Azurara, a influência clássica.
Gomes Eanes de Azurara
Gomes Eanes de Azurara (ou Zurara), nascido depois de 1410 e morto entre 1473 e 1474, sucedeu a Fernão Lopes em 1454, e intentou continuar-lhe o plano de escrever a crónica de todos os reis portugueses até àquela data. Para tanto, acrescentou a 3.ª parte à Crónica de D. João I (também chamada de Crónica da Tomada de Ceuta, certamente sua obra mais importante, à altura das do seu predecessor). Escreveu ainda: Crónica do Infante D. Henrique ou Livro dos Feitos do Infante, Crónica de D. Pedro de Meneses, Crónica de D. Duarte de Meneses, Crónica dos Feitos de Guiné, Crónica de D. Fernando, Conde de Vila-Real (desaparecida).
Literariamente menos dotado que Fernão Lopes, teve ainda a prejudicá-lo o facto de relatar acontecimentos mais ou menos contemporâneos, socorrendo-se apenas de