Resumo do Texto - Superfícies de aplainamento: antigos paradigmas revistos pela ótica dos novos conhecimentos geomorfológicos
As diferenças histórico-culturais européia fizeram com que houvesse o desenvolvimento de correntes filosóficas e escolásticas distintas, criando basicamente duas linhagens epistemológicas em geomorfologia. A de natureza anglo-americana (Inglaterra, França e até Estados Unidos) , e as de natureza germânica (Alemanha, Rússia e Polônia).
William Morris Davis, norte americano, é o primeiro a formular ideias sobre essa questão fundamentado no conceito de nível de base7 de Powell (1875) estabelecendo uma teoria de “ciclo geográfico ideal”. Davis sugere que o processo de denudação inicia-se a partir de uma rápida emersão da massa continental. A idéia mais importante é a de que os rios não podem erodir abaixo do seu nível de base. Sendo assim, Davis se viu obrigado a completar o conceito de nível de base com outro fundamental, o de “equilíbrio'', para o que se utilizou da idéia de balanço entre a erosão e a deposição.
Davis desenvolveu um modelo no qual o relevo é identificado em três “idades” diferentes: juventude, maturidade e senilidade. A juventude é o exato período seguinte ao soerguimento do relevo continental, onde existe grande efeito denudacional por parte dos rios, devido a grande energia constituinte do sistema. Nesse período, há um grande aprofundamento dos fundos de vale graças ao maior volume de água e a diferença de gradiente ao nível de base. A maturidade ocorre quando há uma perda considerável de energia e competência dos rios devido ao grau de denudação já presente nos vales e topos de morro, entretanto ocorre ainda um rebaixamento do relevo e um aspecto cada vez mais arredondado de suas formas. Senilidade seria o