Resumo do texto ilícito
- Três ilusões
Três grandes ilusões persistem na forma como se trata o comércio ilícito global. Em primeiro lugar, está a ilusão de que não há nada de novo. O comércio ilícito é antigo, mas as importantes mudanças dos anos 90 foram ignoradas. Mudanças na vida política e econômica aliadas à chegada de tecnologias revolucionárias.
A tecnologia permitiu que esse mercado se expandisse não só geograficamente, mas também propiciou a criação de produtos que até então não existiam. No entanto, mesmo com o seu crescimento, o comércio ilícito simplesmente não foi uma prioridade no direito internacional.
A segunda ilusão é a de que o comércio ilícito é mera questão criminal. Ao longo do século XX, os governos passaram a consideram o comércio ilícito como uma atividade de organizações criminosas e somente depois como empresas. Na maioria dos países, as leis empregadas para processar os comerciantes ilícitos permaneceram aquelas criadas para combater o crime organizado.
A terceira ilusão é a ideia de que o comércio ilícito é um fenômeno “subterrâneo”. Embora tenha crescido bastante, muitos procuram relegá-lo a um mundo diferente daquele dos cidadãos comuns e honestos. A linguagem que se usa para descrever o comércio ilícito capta muito bem essa sensação de que este ocorre em outro lugar.
Essa é a mais perigosa das ilusões se funda em bases morais e tranquiliza os cidadãos e consequentemente a opinião pública num sentido de elevada virtude e falsa segurança.
- Evasivo e poderoso
Desde o início da década de 90, o comércio ilícito global vem passando por uma grande transformação. Trocaram-se as hierarquias fixas por redes descentralizadas; líderes autoritários por agentes e células múltiplas, tenuamente relacionados e dispersos; linhas rígidas de controle e troca por transações em constante transformação, de acordo com as oportunidades. Os governos mal reconheciam essas mudanças ou com a qual não podiam rivalizar.
Sem controle, só restava