RESUMO DO TEXTO: “Construindo Saberes e Práticas em Saúde Mental”.
Referência Bibliográfica:
OLIVEIRA, Francisca Bezerra de. Construindo Saberes e Práticas em Saúde Mental. João Pessoa. Editora Universitária, 2002.
Os movimentos psiquiátricos mostraram-se, ao longo da História, intimamente atrelados aos diversos acontecimentos históricos ocorridos na Europa Ocidental e Estados Unidos da América, sobretudo no período do “entre-guerras”, durante a reconstrução dos países por ambas afetados. Exatamente nesse contexto de reconstrução que houve intenso debate a respeito da redefinição dos modelos psiquiátricos até então vigentes nesses países. Desse modo, a eficácia de algumas instituições, como as asilares, passou a ser questionada, dando origem aos chamados “movimentos psiquiátricos”, os quais refletiram diretamente na nova conformação dos modelos psicossociais adotados pelo Brasil. Dentre os diversos movimentos surgidos, a autora retrata alguns, de acordo com a periodização estabelecida por Birman; Costa (1994) e Amarante (1995). Ressaltou-se o modelo das Comunidades Terapêuticas, ocorrido na Inglaterra; a Psicoterapia Institucional e a Psiquiatria de setor, ambas na França; a Psiquiatria Comunitária ou Preventiva, que vigorou nos Estados Unidos da América; a Antipsiquiatria, na Inglaterra; e a Psiquiatria Democrática, também conhecida como Movimento de Desinstitucionalização, ocorrida na Itália. Tais movimentos propunham uma ruptura com seus precessores, colocando em questão o próprio conceito de doença mental, as instituições, os saberes psiquiátricos e as formas de tratamento. No decorrer da obra, a autora explana a respeito do termo Comunidade Terapêutica, surgido em 1946, proposto por T. Main. Informa ainda sobre Maxwell Jones, que, na década de 50, consagrou o termo em questão, através de uma série de experiências em um hospital psiquiátrico, utilizando como matriz teórica a dinâmica de grupo.