SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: LIMITES E POSSIBILIDADES DA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO CONTEXTO NEOLIBERAL
Escola de Serviço Social
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: LIMITES E POSSIBILIDADES DA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO CONTEXTO NEOLIBERAL
Candidata para o Mestrado
Maria Juliana da Silva
São Paulo, janeiro de 2013.
Introdução
O projeto de mestrado aqui proposto visa analisar a atuação dos assistentes sociais nos Centros de Atenção Psicossocial na cidade de Natal, tendo como cenário o ideário de políticas neoliberalistas que trazem uma série de implicações para a atuação profissional e também na oferta e qualidade dos serviços prestados à população. A discussão acerca da atuação do assistente social nos CAPS e os elementos técnicos e operativos que a constituem é o foco deste estudo, incluindo a análise do processo da Reforma Psiquiátrica que originou os serviços substitutivos e o cenário político e econômico de desmonte e precarização das políticas públicas que afetam e influenciam diretamente a ação profissional.
Justificativa
O modelo assistencial psiquiátrico brasileiro, desde os seus primórdios até o Golpe Militar de 1964, foi considerado, um modelo hospiciocêntrico/ hospitalocêntrico, que consiste na organização do atendimento a pessoas com transtornos mentais, centrada num único tipo de atendimento, hospital ou hospício. Este modelo de atendimento foi importado da experiência européia, sobretudo francesa. A assistência psiquiátrica hospiciocêntrica institui-se no Brasil a partir de uma sociedade colonial, rural e escravocrata que enxergava o trabalho como algo negativo, indigno, ou seja, uma atividade exclusiva dos negros. A institucionalização do hospício no Brasil aconteceu antes da emergência da psiquiátrica. Há principio, era administrado por irmandades religiosas, principalmente pelas Santas Casas de Misericórdia. O Hospício Pedro II, inaugurado em 1852,