Resumo do livro "O que é Sociologia" de Carlos Benedito Martins
O autor, explicitamente, embasa suas ideias no contexto histórico a que se referem, fundamentando-se nas reflexões dos sociólogos de tais épocas. Dessa forma, seu trabalho cria uma cadeia ideológica complexa de maneira a estabelecer uma relação entre as ideias do autor e as dos pensadores citados. Um exemplo disso é a conclusão a que o autor chega ao final do livro: “a função do sociólogo dos nossos dias é [...] transformar a sociologia em um instrumento de transformação social” (MARTINS, 1994, p.50), que configura o pensamento marxista, como exposto no segundo capítulo.
O capítulo primeiro trata do nascimento da sociologia, caracterizando a “dupla revolução do século XVIII” (MARTINS, 1994, p.5) e suas profundas implicações socioeconômicas na Europa como um marco para o desenvolvimento sociológico. O autor destaca que, na Inglaterra, a condensação social em torno da cidade, ao acontecer de maneira rápida, acarretou problemas sérios, que passariam a constituir-se como objeto de estudo da sociologia. Cita, ainda, o exemplo da cidade de Manchester, que no decorrer de cinquenta anos, teve sua população quadruplicada, enfrentando, por consequência, um aumento assustador da prostituição, do suicídio, da violência e do alcoolismo, entre outros. Paralelamente, o autor explica quem foram os “sociólogos” daquela época, e como o conhecimento era produzido; para isso cita pensadores como Robert Owen, William Thompson e Jeremy Bentham, referindo-se a eles como “militantes políticos” (MARTINS, 1994, p.8), que “não desejavam produzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida [...], mas extrair dele orientações para a ação” (MARTINS, 1994, p.7).
Já na França, a revolução lá desencadeada pôs fim em grande parte das