Resumo do livro "A Luta pelo Direito"
CAPÍTULO I
Introdução
O direito é uma idéia prática, isto é, designa um fim, e como toda a idéia de tendência, é essencialmente dupla porem contém em si uma oposição, o fim e o meio .
A paz é o termo do direito e a luta é o meio de obtê-lo .
O direito não é uma idéia lógica, porém, idéia de força é a razão porque a justiça que sustenta em uma das mãos a balança em que pesa o direito empunha na outra a espada que serve para fazê-lo valer .
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é o direito impotente, os dois se completam .
O direito deve estudar e investigar, sem interrupção alguma, o verdadeiro caminho, e encontrando-o, abater todos os obstáculos que lhe opõem e o impedem de avançar .
Forçoso é reconhecer-se que a energia e o amor com que o povo defende suas leis e seus direitos estão em relação proporcional com os esforços e trabalhos empregados e alcançados .
Neste sentido não vacilamos em proclamar que a luta, que exige o direito para se tornar prático, não é uma maldição mas a graça
CAPÍTULO II
O interesse na luta pelo direito
Direito algum, tanto o dos indivíduos como o dos povos, está neutro daquela permutação e desvio, resultando daí que essa luta pode travar-se em todas as esferas do direito desde as inferiores regiões do direito privado até as alturas do direito público e do direito das gentes.
Quando um indivíduo é lesado em seu direito, faz-se irremissivelmente esta consideração, nascida da questão que em sua consciência se apresenta, e que pode resolver como bem lhe aprouver: se deve resistir aou adversário ou se deve ceder .
Qualquer que seja a solução, deverá fazer sempre um sacrifício, ou sacrificará o direito á paz ou a paz pelo direito. A questão assim apresentada parece limitar-se a saber qual dos dois sacrifícios é o mais leve .
O rico, por exemplo, poderá, em uma dada ocasião, dar, para não ferir a paz de sua vida, uma quantia para si insignificante, enquanto o pobre sacrificará a paz, porque